10 maio 2006

A perna a menos

Recebi um e-mail de uma pessoa comentando que descobrira o ressuscitamento de meu blogue. Perguntava-me, achando estranho, por que eu só escrevi sobre Lula, quadrilha petista etc. uma única vez (e indiretamente) desde que o ressuscitei, se no antigo blogue escrevia quase só sobre isso, mesmo antes da vinda à tona da lambança toda. Mas, pergunto, direi o quê? Que é que eu teria a dizer sobre isso que não tenha já sido exaustivamente dito?

O que acontece é o seguinte: quando um sujeito nasce cego, surdo, com uma perna faltando ou qualquer coisa assim, a única coisa que pode fazer é conformar-se, não adianta buscar solução ao insolúvel. Também assim com a burrice brasileira: tem de se conformar. A inteligência é a nossa perna a menos, a perna que falta, temos de conformar. Renan dizia que a verdade é uma nuance entre mil erros. Nesse caso, a nuance é aquela piada mais velha que todos nós: “ ... mas, em compensação, você vai ver o povinho que eu vou botar lá!”

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