17 maio 2006
Chega de Impunidade!
Rodrigo Constantino
“Quem poupa o lobo, mata as ovelhas.” (Victor Hugo)
O povo brasileiro ficou estarrecido com a afronta dos criminosos no último fim de semana, quando ataques orquestrados mataram dezenas de policiais e feriram vários inocentes em São Paulo. A sensação de insegurança é total - com razão. O Estado é grande demais onde não deveria e falha naquela que é sua função primordial. Os cidadãos de bem viraram reféns dos bandidos. Há uma completa inversão de valores, onde as pessoas honestas vivem aprisionadas e os malfeitores assumem o controle da situação. É chegada a hora de uma reação mais enérgica sobre a questão da segurança.
A principal causa da violência está na impunidade. Quando o crime compensa, e os riscos de punição são baixos, temos um convite ao crime. Há um fator cultural por trás disso, que permite esse clima de baderna generalizada. A mentalidade “humanitária”, pregando a igualdade de todos os homens, independente de seus valores e atitudes, chuta a estátua da Justiça, cuja balança deveria servir para emitir um julgamento objetivo dos fatos. O altruísmo, ao pedir que a vítima ofereça a outra face, contribui para a injustiça. Justiça, afinal, é a virtude de julgar objetivamente o caráter e a conduta dos homens e agir de acordo, garantindo a cada homem aquilo que ele merece. Quando alçam a compaixão acima da justiça, quando pedem para não julgarmos de forma a não sermos julgados, estão acabando com qualquer chance de justiça. A recompensa e a punição devem fazer parte do código de ética que pretende ser justo.
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