Armada a premissa maior do silogismo, o cronista marxista petista diz ao que vem:
"Parecido com o que está sendo feita entre nós com o Che Guevara, que, de acordo com a revisão atual, não só cheirava mal como era um péssimo caráter. É difícil entender por que estão tentando matar este particular cavalo branco agora. Se Che simbolizava alguma coisa, nos últimos anos, era a absorção de todas as formas de revolta pela cultura pop. O ex-ícone da esquerda era visto principalmente nas paredes e camisetas de gente que jamais sonharia em ir para as montanhas, a não ser pelo fondue de queijo. E no entanto o empenho em desmitificá-lo, e desmistificá-lo, é evidente. Do que será que estão com medo? O que assombra tanto o neomacarthismo, a ponto de atirarem com tanta fúria contra um defunto de 40 anos? Talvez seja o caso de rever o significado da figura do Che, e do seu exemplo de idealismo e inconformismo, entre as novas gerações. Talvez a direita esteja vendo um cavalo branco solto por aí que nós não vemos".
Ora, não é bem matar cavalos brancos o que se quer. O que está acontecendo é que, só agora, quarenta anos depois da morte do bandoleiro, estão surgindo jornalistas com suficiente coragem para revelar sua verdadeira face, a de um assassino frio a serviço de uma ideologia assassina. Da mesma forma, muito anos foram necessários para que viessem à tona as matanças de Stalin. E também as de Lênin. Estamos emergindo de um século em que a mentira teve plena vigência e celerados receberam honras de santos.