01 agosto 2006
O Canto da Sereia
Na mitologia grega, habitavam uma ilha do Mediterrâneo diversas sereias, cujos cantos atraíam os navegantes de forma irresistível. Ao aproximarem-se da ilha, seus barcos batiam nos recifes e naufragavam. As sereias, em seguida, devoravam suas vítimas. O herói homérico de Odisséia, Ulisses, desenvolveu uma solução simples porém eficaz: ordenou que sua tripulação tampasse os ouvidos com cera e amarrassem-no ao mastro, não podendo soltá-lo de forma alguma, ainda que ele gritasse para tanto. Sobreviveram. A idéia de Ulisses partiu do reconhecimento de sua própria fraqueza. Ele sabia que no impulso do momento, qualquer reflexão mais sóbria ponderando o longo prazo seria inócua. Sua racionalidade foi capaz de pesar isso antes na balança das preferências temporais, e isso salvou sua tripulação do fatal canto da sereia.
Heloísa Helena não é uma sereia. Nem de perto! E sua voz estridente está longe de parecer um canto divino e irresistível. Ao menos àqueles cuja audição funciona bem. Mas por algum motivo bizarro, seu canto ainda conquista milhões de seguidores hipnotizados, encantados com promessas messiânicas.
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