Há cinco anos eu estava em trabalho na cidade do Panamá com bilhete de avião para, no dia 12, voar para Washington. Durante o dia 11, fechada numa sala de reuniões, com as comunicações dificultadas, as notícias contraditórias, o estado de alerta imediatamente decretado no canal do Panamá, a ansiedade corajosamente contida de vários representantes das Nações Unidas, agências e organismos multilaterais com sede em Nova Iorque, que não tinham forma de contactar as famílias, era eu o soldado de Waterloo: não conseguia ver mais que a explosão de duas torres, provocada por dois aviões. Só à noite percebi que o segundo milénio se iniciava de facto e que aquela data marcava uma fronteira histórica irreversível.
23 setembro 2006
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