30 março 2009

Sacrificando Direitos

Sei que é duro para o cidadão comum entender os meandros da justiça e a total falta de coerência de certas decisões dos tribunais. A confusão e o sentimento de impunidade só aumentam quando alguém já condenado pela imprensa e pela opinião, passa ileso pelos longos e permissivos processos. Porém caro leitor, se você acha que isso é ruim, experimente ler a versão reality horror-show de "O Processo" de Kafka no jornal diariamente para ver o que é bom. A condenação estapafúrdia da quadrilha da Daslu, que só serve para dar motivo para as instâncias superiores reverterem a decisão. A invasão sistemática de escritórios de advogados e dos departamentos jurídicos sob a supervisão de juízes em busca de holofotes. A re-prisão de Daniel Dantas que, independente do merecimento, foi irregular. São pequenos exemplos da parcialidade que a justiça brasileira está tomando para atender a opinão publica. É claro que o leitor começa a se perguntar: " e eu com isso?" afinal paga seus impostos em dia, não rouba, não mata e anda dentro do limite de velocidade. Caro leitor, talvez seja reflexo de ter assistido ao filme "Che", ou apenas por já ter percorrido alguns kilômetros de corredores do Fórum Central, mas fica aquela vontade de perguntar, e quando respeitar a lei não for suficiente? e quando suas opiniões começarem a incomodar? e se você se filiar ao partido errado? ou simplesmente construir patrimônio que desperte a atenção dos líderes de certos "movimentos sociais"? Enfim caro leitor, paredóns, goulags ou campos de concentração, são iniciativas bem documentadas e com processos jurídicos bm definidos e sentenças redigidas pelas melhores cabeças do governo. Porém não podem ser nem de longe ser associados ao conceito de justiça.

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