21 abril 2006
O Racismo e a extrema-direita
Eu estava, como todo ser humano que lê jornal, deleitando-me com uma leitura passatempo quando eis que encontro na parte dedicada aos esportes o seguinte título(em letras garrafais e en negrito): "O Racismo na Terra da Copa".
Todos sabem que a Copa de 2006 será na Alemanha ( que coisa, não... racismo na alemanha ... novidade), e por lá existe apenas um(numeral, não artigo indefinido) jogador negro na seleção. O que estava noticiado neste artigo é que cartazes espalhados pelo país ofendia o jogador com os dizeres "Não, Chita, você não é a Alemanha. Você é um macaco". E ainda outro escrito "Gerald(nome do jogador), você não é a Alemanha. Você é a República Federativa da Alemanha", pois para eles, continua o(a) jornalista " simplesmente não existe alemão negro". Até aí, tudo mal(pois como poderemos ser coniventes com tal agressão), o problema se inicia quando além de constatações, o jornalista( o nome não está publicado) valora este grupo radical, (que não consideram a atual Alemanha seu país, mas aquela que existia antes da segunda guerra, a alemanha hitlerista) como sendo um grupo de extrema direita.
Não sei se o autor deste artigo escreveu por ignorância, por senso comum, ou queria engajar-se na conspiração contra a "direita"(conceito utilizado de maneira completamente absurda em vários casos, como este, por exemplo) ou apenas escreveu para concordar quando nos é dito que Hitler era direitista.
A ignorância do texto é dada nos seguintes aspectos : que extrema-direita é essa que é radical na questão racial, não permitindo a coexistência entre raças(termo racista por si só)... se por acaso está se referindo à direita neoliberal opressora, diz erroneamente. Se atribui a Hitler uma política extrema-direitista, erra novamente. E se este grupo extremista, radical( e por ser radical, é conceitualmente de esquerda, pois a direita é conservadora por definição), acredita que não existe alemão negro, o problema é deles e a direita-extrema não tem nada a ver com isso.
Ignorar o fato de que o próprio Hitler se assumia socialista, como ele define sua política em Mein Kampf (Minha luta, livro autobiográfico), quem dirá que ele era capitalista... só mesmo este(a) jornalista e a intelectuária socialista. (Hitler não seguia a linha marxista de socialismo, mas nem por isso deixa de ser socialista... que superego arremeter somente a Marx a garantia de fundar o socialismo...)
Ignorância não é o fato de apenas ignorar as definições de direita e esquerda, mas ignorar que a corrente cultural daquele tende ao racismo(ainda), e que a nossa corrente cultural tende a julgar que os males do mundo é culpa da direita.
Sou liberal, não sei se extremo, e condeno qualquer ato de preconceito. O ato de discriminação, por mais que seja fruto de um devaneio insano o seu embasamento, deve ser analisado de forma imparcial e sem valoração. O que aconteceu na alemanha hiitlerista foi uma discriminação por ideologia, e não um preconceito, pois eles sabiam muito bem o porquê de não aceitarem os negros, judeus, os bibleforcher, os deficientes e homossexuais. E ideologia não se destrói em 60 anos... tem pessoas que ainda são guiadas pela ideologia do século 19, a qual culminou na morte de milhões de pessoas nos países em que foi instalada, e mesmo assim não mudam de ideal.
Mesmo sendo o Brasil um país onde nunca se implantou a cultura socialista plena, não significa culturalmente que os marxistas plantonista deixarão de aparecer. Agora imagine um país onde foi efetivamente implantado a social democracia racista...surgirão por um bom tempo ainda estes radicais de esquerda.
O que temos que compreender é que a melhoria da sociedade não se dá por críticas soltas ao relento, mas por uma educação crítica e libertadora ( Paulo Freire mesmo sendo marxista estava certo quanto a isso) que desperte o homem da doença da ignorância, e que o faça descobrir que a liberdade de escolha entre a direita e a esquerda é livre a qualquer cidadão, porém o que não pode ser permitido é a livre escolha pelo aprisionamento do outro.
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