25 outubro 2007

Fecha-te, Sésamo

A União Democrática de Centro (UDC) é o partido mais votado das eleições legislativas suíças, conquistando 30% dos votos e 62 cadeiras no Conselho Nacional. Os expertos em prescrever receitas para fazer o mundo um lugar melhor fazem beicinho, “assim não pode!”. Extrema direita, ultradireita, antiimigrante, xenófobo, racista. Não houve, no Brasil nem no exterior, quem não se valesse de ao menos um destes adjetivos para caracterizar a UDC. E no entanto, a principal proposta do partido, a deportação de estrangeiros condenados pela justiça, não tem bases racistas ou populistas, mas está ancoradas em números oficiais. Mas tem mais: a vitória de um partido que tem restrições à imigração como principal plataforma num país em que conceder asilos e receber imigrantes é uma tradição é simbólica dos ventos de mudança que agora sopram na Europa. A preocupação com a imigração em massa deixou de ser exclusiva de reacionários sulistas americanos para ocupar o espaço central das discussões políticas das sociedades ilustradas do velho mundo.

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