21 setembro 2007

CPMF: a Contribuição Permanente da (I)moralidade Federal.

“O engodo do discurso e a ineficácia das suas proposições”
O que está para ser aprovado, mais uma vez, nas altas Casas Legislativas – Câmara dos Deputados e Senado Federal – da nossa República Federativa do Brasil é mais uma aberração jurídica maqueada por um discurso que se traduz em, também, mais um, histórico, engôdo político. Trata-se da proposta de emenda constitucional que prevê uma nova prorrogação para a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Fatos políticos desse nível nos levam a pensar que os governantes deste nosso país não nos levam nada a sério. Ficamos a pensar que, na verdade, é como se eles vivessem em uma órbita diferente da que nós, do povo, vivemos. Porque, olhando, perspectivamente, para fatos, como esse, de implicação política, temos, tão-somente, duas hipóteses a serem consideradas: ou eles, os governantes, ao tomarem decisões como esta da CPMF, pensam que nós somos indoutos (“sem conhecimento” - para não dizer idiotas!), de modo que nós nos deixamos, facilmente, ludibriar pelo discurso oficial apresentado como fundamentação, de tal forma que não temos consciência política dos absurdos cometidos ou, então, eles, os governantes, sabem, sim, que sabemos e temos consciência da ilegitimidade de decisões como essas, mas não estão nem aí mesmo para o que pensamos, porque, importa apenas, existirem as circunstâncias materiais favoráveis à perpetuação do “nosso projeto político de poder”. Esta história de governo do Povo, pelo Povo e para o Povo é uma mera retórica retumbante de inspiração norte-americana.
*Publicado no Jornal Correio de Sergipe em 21 de setembro de 2007.

Um comentário:

J. Sepúlveda disse...

Lula diz que nenhum governo pode governar sem CPMF. Pode sim! É só o presidente deixar de inchar a máquina pública (mais 50.000 cargos em breve), deixar de dar aumentos abusivos ao funcionalismo público, deixar de gastar cada vez mais (os aumentos dos gastos correspondem a duas arrecadações da CPMF), deixar de sobrecarregar a nossa economia com uma carga tributária cada vez mais pesada.