12 maio 2006

Fundamentos Cristãos da Liberdade e da Democracia

Não podemos deixar de levar em consideração a influência da escolástica tardia dos representantes da Escola de Salamanca para o desenvolvimento dos fundamentos da Escola Austríaca de Economia (ALVES, 2005) e do Direito Internacional. Dentre os mais importantes precursores do liberalismo econômico, podemos citar os escolásticos espanhóis Luis de Molina (1535 – 1600), Juan de Mariana (1536 – 1623), Martín de Azpilcueta Navarro (1493 - 1586) e o arcebispo Diego de Covarrubias y Leyva (1512 - 1577). Com relação ao Direito Internacional, podemos destacar o escolástico Francisco de Vitoria (1485 - 1546). (...) Apesar dos momentos históricos de distanciamento e de aproximação entre o Cristianismo e o Liberalismo, desde a Alta Idade Média até o século XX, o que temos na verdade é uma fértil complementaridade. Além da já evidenciada relação entre a Escola de Salamanca e a Economia Austríaca, a Santa Sé age como autoridade moral promovendo a dignidade da pessoa humana, a defesa da paz, o apoio às instituições democráticas e a defesa de uma ordem internacional baseada na justiça e nos direitos (TAURAN, 2002). Podemos concluir que na Economia, no Direito e nas Relações Internacionais, os ideais da liberdade individual e da democracia encontram fundamentação e sustento moral nos princípios do Cristianismo.

Um comentário:

Renato C. Drumond disse...

Sem dúvida alguma, tivemos vários pensadores cristãos que defenderam a causa da liberdade. Mas tivemos também uma série de autores agnósticos/ateus que também a defenderam: Mises, Rothbard, Spencer, Stuart Mill, David Hume, Hayek, Milton Friedman, Karl Popper. Sem contar os inúmeros pensadores teístas e deístas, como os pais fundadores dos EUA. Portanto, sem negar a contribuição do pensamento desenvolvido pelos cristãos, não posso contudo endossar a idéia de que a liberdade está intrinsecamente ligada com a fé em Cristo como filho de Deus. Ela independe disso, é mais antiga do que o cristianismo, e seguramente poderia continuar a existir sem o mesmo.